Mato Grosso do Sul e São Paulo voltam a registrar nuvem de poeira nesta quinta-feira (14) e sexta-feira (15).
O episódio é similar ao que ocorreu no dia 26 de setembro, porém com menor intensidade pelas recentes chuvas registradas nos estados.
O fenômeno foi registrado hoje (15) em Dourados e Campo Grande no Mato Grosso do Sul e por moradores da região de Ribeirão Preto, Batatais, São Joaquim da Barra, Pitangueiras, Brodowski, Colômbia, Barretos, Pirassununga, Jardinópolis, Sertãozinho e Serrana em São Paulo.
As maiores rajadas de vento no Mato Grosso do Sul hoje (15) foram: 145 km/h em Corumbá, 110 km/h em Rio Brilhante e 102 km/h em Campo Grande. Já no episódio de ontem (14) em São Paulo, as maiores rajadas de vento foram de 75 km/h em Ribeirão Preto (SP) e Pradópolis (SP), 61 km/h em Bragança Paulista (SP) e 59 km/h em Jales (SP).
Esses eventos são similares ao que ocorreu no dia 26 de setembro em São Paulo e partes da faixa central do Brasil. Porém, dessa vez, com menor intensidade por já ter tido ocorrência de chuva nos estados, o que fez com que a nuvem tivesse um caráter mais esparso.
O que causa tempestades de poeira?
A Tempestade de poeira (ou nuvem de poeira) é resultado de alguns fatores:
- Período seco com estiagem prolongada;
- Baixa cobertura vegetal;
- Solo nu na região que já se prepara para o plantio que começa na Primavera;
- Temperaturas elevadas;
- Aproximação de uma tempestade, nesse caso no estado de São Paulo, com ventos muito fortes, favorecendo a suspensão das partículas na superfície do solo.
Com a chegada da Primavera, logo após um longo período de estiagem, ocorrem as primeiras tempestades. Como a chuva nesse período ainda não é regular o suficiente para amenizar a condição do solo, esse fenômeno se torna comum.
Quando a chuva chega, os ventos aceleram (formando uma corrente descendente ou frente de rajada) e ao encontrar uma área mais quente, seca e com muita poeira, formam a nuvem.
Previsão para os próximos Dias
A previsão para o final de semana em São Paulo e no Mato Grosso do Sul é de pancadas de chuvas isoladas, com menor potencial de ocorrência de ventos fortes. Isso dificulta um novo episódio de tempestade de poeira, já que o evento depende muito da condição do solo; com a chuva de ontem (14) e hoje (15), esse solo está mais encharcado e pesado.
As chuvas no estado de São Paulo e Mato Grosso do Sul ainda não estão regulares, ou seja, mesmo com as chuvas que ocorreram nos últimos dias, o volume ainda é insuficiente para melhorar a qualidade do solo.
Ainda podem ocorrer novos fenômenos desse tipo durante a primavera, mas, com a maior constância das chuvas, a probabilidade de outra ocorrência diminui, principalmente em áreas com chuva fraca.
Tendência de temperatura na Região Sudeste
Temperaturas cada vez mais altas têm sido registradas durante a primavera desde 1961 até o momento. De 1961 a 2020 a temperatura subiu 1,35 °C na Região Sudeste.
A tendência é de elevação de temperatura em todo o Brasil, especificamente na região Sudeste, incluindo São Paulo.
Isso é importante pois temperaturas mais elevadas também favorecem a formação desses fenômenos. Portanto, é necessário se preparar para a possibilidade de novas nuvens de poeira no próximo ano.