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INMET lança mapas de previsão de déficit, excesso e armazenamento de água no solo

Ferramenta tem objetivo de auxiliar no planejamento agrícola

Publicado em 30/04/2025 09h07 . Última modificação 30/04/2025 09h09 .

O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) acaba de lançar mapas que trazem previsões sobre o déficit, o excesso e o armazenamento de água no solo em nível nacional.

Este produto foi desenvolvido pela equipe de meteorologistas da Coordenação-Geral de Meteorologia Aplicada, Desenvolvimento e Pesquisa (CGMADP/INMET). Por se tratar de uma ferramenta de monitoramento agroclimático, estará em contínuo desenvolvimento e refinamento visando subsidiar o planejamento agrícola no Brasil.

Esses mapas são importantes para o setor agropecuário, pois permitem identificar com antecedência regiões com baixa ou alta disponibilidade hídrica para o desenvolvimento de culturas temporárias e permanentes, além de estimar a capacidade de armazenamento de água no solo.

As estimativas serão geradas mensalmente a partir de dados previstos de chuva e temperatura do ar, extraídos pelo modelo de previsão climática do INMET e também serão incorporados no Boletim Agroclimatológico Mensal.

Esses dados alimentam o modelo de Balanço Hídrico Mensal (BH), que considera o suprimento natural de água (chuva), a demanda atmosférica (Evapotranspiração Potencial - ETP) e a Capacidade de Água Disponível no solo (CAD).

Com base nessas variáveis, são calculados três indicadores principais:

  • Deficiência hídrica (DEF): quando a demanda supera o suprimento;
  • Excedente hídrico (EXC): quando há mais água do que o solo pode armazenar;
  • Armazenamento de água no solo (ARM): percentual do volume efetivo de água retido no solo.

O lançamento desses novos mapas representa avanço significativo no aprimoramento das ferramentas de suporte à tomada de decisão no campo.

Trata-se do primeiro novo produto vinculado ao Planejamento Estratégico do INMET (2025 - 2031), que trata da Previsão de Tempo e Clima Aplicada à Agricultura.

A iniciativa reforça o compromisso do INMET com a inovação e com a resposta às demandas do setor agropecuário, contribuindo para uma agricultura mais eficiente e resiliente, por meio da oferta de informações climáticas de alta precisão e qualidade.


Prognóstico Agroclimático para os meses de abril, maio e junho/2025

Com objetivo de atender demanda de informações para os cultivos anuais, o INMET apresenta o resultado das condições previstas de défict e excesso de água no solo para o mês de abril de 2025, Figura 1(a) e Armazenamento de água no solo, Figura 1(b).

Figura 1. Mapas de déficits e excessos hídricos em mm e armazenamento de água no solo em % previstos para o mês de abril no território brasileiro.


O balanço hídrico foi simulado considerando uma Capacidade de Água Disponível no solo (CAD) de 100 mm, o que representa a área típica das raízes de culturas anuais, como soja, milho, algodão, dentre outras e também das pastagens, uma vez que o rebanho nacional depende de forragens com alto teor de proteína para uma maior produtividade.

As áreas com tonalidades que variam do amarelo ao vermelho na Figura 1(a), indicam baixos estoques de água no solo, o que pode comprometer a produção agropecuária.

Os maiores déficits hídricos previstos para abril/2025 concentram-se no norte do Estado de Roraima, parte central da Região Nordeste, norte de Minas Gerais, oeste do Mato Grosso do Sul e sudoeste do Mato Grosso.

É importante destacar que todas as áreas no mapa com valores abaixo de 100 mm indicam que a água no solo já se esgotou, deixando as plantas vulneráveis à falta de água, o que chamamos de estresse hídrico.

A Figura 1(b) apresenta os percentuais de armazenamento de água no solo.

Valores inferiores a 30% indicam que os cultivos em fases sensíveis, como germinação, florescimento e início do enchimento de grãos, podem ter a produtividade comprometida, especialmente se essa condição for mantida por 30 dias.

Ainda na Figura 1(b), nota-se que o armazenamento em Roraima em Abril/2025 foi estimado abaixo de 10%, justamente em áreas onde está se consolidando o polo agrícola do estado, especialmente soja, milho e arroz.

Para o mês de maio/2025, estima-se uma tendência de ampliação das áreas com escassez hídrica para os cultivos agrícolas, conforme evidenciado pela projeção dos déficits hídricos apresentados na Figura 2(a) e projeção dos baixos percentuais de armazenamento de água no solo na Figura 2(b).

Figura 2. Mapas de déficits e excessos hídricos em mm (a) e armazenamento de água no solo em % (b) previstos para o mês de maio no território brasileiro.


Na região que se estende pelos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia (MATOPIBA), a previsão de défict hídrico (áreas em laranja e vermelho na Figura 2a) e baixo armazenamento de água no solo (áreas em branco e amarelo na Figura 2b), tornam as condições favoráveis para colheita do milho de primeira safra.

Por outro lado, a previsão de déficit hidríco para maio/2025 no MATOPIBA pode prejudicar o cultivo do milho segunda safra, que estarão em fase de floração, quando a planta apresenta maior demanda hídrica.

Sob essas condições de baixo armazenamento hídrico no solo, especialmente abaixo de 40% (Figura 1b), a alternativa de mitigação seria adotar onde aplicável estratégias de irrigação durante o mês de maio, afim de garantir a manutenção do potencial produtivo.

Para junho/2025, à medida que o outono se aproxima do fim, o volume de chuva normalmente diminui na parte central do Brasil, o que contribuirá para a ampliação das áreas com deficiência hídrica no solo (Figura 3a). Essa escassez de chuvas está diretamente associada aos baixos percentuais de armazenamento de água no solo, conforme Figura 3b.


Figura 3. Mapas de déficits e excessos hídricos em mm (a) e armazenamento de água no solo em % (b) previstos para o mês de junho no território brasileiro


Por outro lado, no extremo norte do país, na faixa litorânea da Região Nordeste, bem como em grande parte da Região Sul, estão previstos excedentes hídricos, com níveis satisfatórios de armazenamento de água no solo, representadas pelas tonalidades em azul nas Figuras 3a e 3b.

O INMET é um órgão do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e representa o Brasil junto à Organização Meteorológica Mundial (OMM) desde 1950.

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