Eventos Extremos: Chuvas intensas e calor marcam março de 2024

Nos estados do Rio de Janeiro, Pará, Maranhão, Rio Grande do Sul e Espírito Santo, os acumulados ultrapassaram a média histórica.

Publicado em 03/04/2024 08h00 . Última modificação 05/04/2024 13h42 .

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) publicou, nesta quarta-feira (3), um levantamento dos principais fenômenos meteorológicos que atuaram no Brasil em março de 2024.

O mês foi marcado por episódios de chuvas que causaram alagamentos, deslizamentos e impactos no agronegócio. Destaque para a chuva ocorrida nos estados do Rio de Janeiro, Pará, Maranhão, Rio Grande do Sul e Espírito Santo, visto que os acumulados ultrapassaram a média histórica. 

Além disto, o mês também foi marcado por calor, típico do verão e influência do El Niño. 

Chuva

Nos últimos 30 dias, os maiores acumulados de chuvas ocorreram principalmente no centro-norte do País, devido à combinação do calor e alta umidade que contribuíram para a formação de nuvens de chuva (figura 1), bem como a persistência de um corredor de umidade que favoreceu a formação de nuvens, desde o sul da região amazônica até o Sudeste do País, passando pelo Centro-Oeste, devido à atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) entre os dias 23 e 28/03. 

Figura 1: Mapa do acumulado de precipitação (chuva), em milímetros (mm), nos últimos 30 dias (áreas mais chuvosas em azul escuro e menos chuvosas em verde claro/amarelo).

Neste mês, a ZCIT esteve mais persistente e atuou durante três períodos: 4 a 14; 23 a 24 e 27 a 31, conforme a imagem de satélite (figura 2a). Além disto, o aquecimento do Oceano Atlântico favoreceu a proximidade do sistema na faixa norte do Brasil, que provocou chuvas intensas nesta região.

Nas Regiões Norte e Nordeste, pancadas de chuva localmente fortes foram observadas principalmente em áreas do Pará e Maranhão influenciada, pela combinação do calor e da alta umidade e reforçada pela atuação da ZCIT. Destaque para os municípios de Buriticupú (MA) que acumulou 103,4 mm no dia 4; Tracuateua (PA) chegou a 150,4 mm no dia 16; Turiaçu (MA), com 137,4 mm no dia 17 e Soure (PA), com 147,4 mm no dia 21.

A combinação do calor e da alta umidade foram os responsáveis por potencializar as instabilidades nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, como nos municípios de Nova Maringá (MT) que registrou 111,8 mm no dia 6; Paraty (RJ) que acumulou 135,0 mm e Divinópolis (MG), com 101,6 mm, ambos no dia 15. Logo em seguida, a aproximação de uma frente fria causou chuvas volumosas no dia 22 (figura 2b), chegando a 261,8 mm em Teresópolis (RJ); 193,6 mm em Alegre (ES); Alto da Boa Vista (RJ), com 154 mm; 151,2 mm em Duque de Caxias (RJ). Antes do ocorrido, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e a Defesa Civil Nacional alertaram a população sobre as chuvas intensas na Região Sudeste do Brasil por meio de uma coletiva de imprensa. Veja: https://portal.inmet.gov.br/noticias/em-coletiva-de-imprensa-inmet-e-defesa-civil-alertam-popula%C3%A7%C3%A3o-sobre-a-chuva-intensa-na-regi%C3%A3o-sudeste-do-brasil.

Por fim, a combinação de baixas pressões, calor e a alta umidade provocaram chuvas na Região Sul, juntamente com os efeitos do fenômeno El Niño, que está, atualmente, perdendo força. Destaque para Ibirubá (RS) que no dia 9 acumulou 116,8 mm e chegando a 149,6 mm em Uruguaiana (RS) no dia 17. Já entre os dias 20 e 21, a aproximação de uma frente fria na região provocou chuvas principalmente no Rio Grande do Sul, como em Santa Vitória do Palmar (RS) que registrou 148,0 mm e Jaguarão (RS) que chegou a 125,0 mm. O Inmet alertou a população com uma nota à imprensa sobre o caso. Confira: https://portal.inmet.gov.br/noticias/frente-fria-atinge-parte-do-brasil-a-partir-desta-quarta-feira-20.

Figura 2: Imagem de satélite dos dias: (a) 31/03/2024 às 22UTC (19h do horário de Brasília) e (b) 22/03/2024 às 17 UTC (14h no horário de Brasília). Áreas em vermelho indicam regiões mais favoráveis para ocorrência de chuvas intensas.


Confira a nota técnica completa AQUI!

O INMET é um órgão do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e representa o Brasil junto à Organização Meteorológica Mundial (OMM) desde 1950.


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