Eventos extremos : Chuva acima da média e calor marcam abril de 2024

Nos estados da Bahia, Rio Grande do Sul, Pará e Maranhão os acumulados de chuva ultrapassaram a média histórica

Publicado em 03/05/2024 16h10 . Última modificação 03/05/2024 16h24 .

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) publicou, nesta sexta-feira (3), um levantamento dos principais fenômenos meteorológicos que atuaram no Brasil em abril de 2024.

O mês foi marcado por episódios de chuvas que causaram alagamentos, deslizamentos e impactos no agronegócio. Destaque para a chuva ocorrida nos estados da Bahia, Rio Grande do Sul, Pará e Maranhão, onde os acumulados ultrapassaram a média histórica.

Além disto, o mês também foi marcado por calor, típico do verão e influência do El Niño.

Chuva

Nos últimos 30 dias, os maiores acumulados de chuva ocorreram no centro-norte do País, devido à combinação do calor e alta umidade que contribuíram para formação de nuvens de chuva (figura 1), além da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) que contribuiu com o aumento das instabilidades, provocando chuvas localmente fortes na faixa norte do Brasil. Além disso, o transporte de umidade do oceano para o continente foi o responsável por volumes de chuvas na faixa leste da região Nordeste.

Figura 1: Mapa do acumulado de precipitação (chuva), em milímetros (mm), nos últimos 30 dias (áreas mais chuvosas em azul escuro e, menos chuvosas, em verde claro/amarelo).

Neste mês, a ZCIT esteve mais persistente e atuou em dois períodos: 4 a 12/04 e 16 a 30/04, conforme a imagem de satélite (figura 2). Além disto, o aquecimento do Oceano Atlântico favoreceu a proximidade do sistema na faixa norte do País, o que provocou chuvas intensas nesta região.

Nas Regiões Norte e Nordeste, pancadas de chuva localmente fortes foram observadas em áreas do Maranhão e do Pará influenciado, principalmente, pela combinação do calor e da alta umidade e reforçado pela atuação da ZCIT. Como nos municípios de Bacabal (MA), que acumulou 121,8 mm no dia 3; Monte Alegre (PA) que chegou a 158,4 mm no dia 6; Zé Doca (MA) com 136,4 mm e Porto Velho (RO) com 135,8 mm, ambos no dia 14. No entanto, chuvas volumosas foram observadas especialmente no litoral baiano, o que causou vários transtornos devido ao transporte de umidade do Oceano para o Continente. Destaque para Salvador (BA) que acumulou 109,7 mm no dia 2 e Ilhéus (BA) com 115,8 mm, no dia 16.

A combinação do calor e da alta umidade foram responsáveis por potencializar as instabilidades na Região Centro-Oeste, como nos municípios de Cotriguaçu (MT), com 112,8 mm no dia 7 e Rio Brilhante (MS), com 108,4 mm no dia 15. Vale salientar que, nessa época do ano, menores registros de chuvas já são observados na parte central do Brasil.

Por fim, a combinação de baixas pressões, calor e a alta umidade provocaram chuva na Região Sul, juntamente com os efeitos do fenômeno El Niño, que, atualmente, está com intensidade fraca. Os maiores acumulados foram nos municípios de Tupanciretã (RS), com 114,6 mm e Ibirubá (RS), com 110,6 mm, ambos no dia 14. Do dia 26 a 30 de abril, o corredor de umidade da Amazônia e correntes de ventos ajudaram a formar nuvens de tempestades e o destaque foram as fortes chuvas ocorridas no dia 30, com volumes de 149,2 mm e 146,6 mm, nas localidades de Bento Gonçalves (RS) e Rio Pardo (RS), respectivamente. O Inmet alertou a população com uma nota à imprensa sobre o caso. Leia AQUI.

Figura 2: Imagem de satélite dos dias: (a) 16/04/2024 às 19:20 UTC (17h20min do horário de Brasília) e (b) 30/04/2024 às 04:20UTC (01:20h no horário de Brasília). Áreas em vermelho indicam regiões mais favoráveis para ocorrência de chuvas intensas.

Confira a nota técnica completa AQUI!

O INMET é um órgão do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e representa o Brasil junto à Organização Meteorológica Mundial (OMM) desde 1950.


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