Previsão indica grandes volumes de chuva em áreas do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina
Nesta segunda-feira (6), os acumulados de chuva podem superar 200 milímetros (mm) entre o nordeste gaúcho e o sul catarinense
Uma área de baixa pressão atmosférica com leves características subtropicais (núcleo quente em baixos níveis e frio em altura) gradualmente se desloca em direção à costa do litoral norte do Rio Grande do Sul (RS) e litoral sul de Santa Catarina (SC) no decorrer desta segunda-feira (06/03).
As imagens de satélite abaixo, no canal infravermelho desta segunda-feira, indicam a temperatura de topo das nuvens, ou seja, áreas amareladas-avermelhadas podem indicar chuva moderada a intensa, em destaque as áreas mais a nordeste do RS e sudeste de SC, próxima a costa do litoral norte gaúcho/litoral sul de SC. A figura 1, nos horários das 02h40 (a) e 08h40 (b), mostra os núcleos convectivos no oceano, em deslocamento para o continente.
Figura 1: Imagem de satélite no canal infravermelho das 02h40 (a) e 08h40 (b). Fonte: Inmet.
A figura 2 mostra os acumulados de chuva, ocorridos nas últimas 24h nas estações do Instituto Nacional de Meteorologia (das 9h de domingo - 05/03 até as 8h de segunda-feira-06/03). Os maiores volumes, em milímetros (mm), ocorreram em:
Urussunga (SC): 92 mm
Torres (RS): 59,2 mm
Canela (RS): 50,4 mm
Outras áreas de encosta podem ter passado dos 80 mm entre o nordeste do RS e sul de SC.
Figura 2: Acumulado de chuva nas últimas 24h (das 9h de domingo-05/03 até as 8h de segunda-feira-06/03), de acordo com as estações do INMET.
O indicativo é de chuvas volumosas ao longo desta segunda-feira, com chance de superar os 200 mm em 24h e até mesmo os 300 mm em 48h (considerando desde o domingo 05/03, pontualmente nas subidas de encostas), especialmente na faixa do litoral norte e encosta da serra e nordeste gaúcho e, também, a área entre a encosta do Planalto Sul, sul e litoral sul catarinense.
As regiões mais afetadas devem ser cidades em um polígono que fica imediatamente ao sul e a oeste de Laguna, ao sul de Urubici e São Joaquim e arredores do Timbé do Sul – todas em Santa Catarina, passando por Torres até Tramandaí, no Rio Grande do Sul, atingindo o leste da região metropolitana de Porto Alegre (inclusive a capital que tem diversos morros, especialmente a faixa sudeste e leste da cidade) e áreas entre Vale do Sinos, Caí, Paranhana, subindo em direção às encostas da serra gaúcha-Maquiné, Três Coroas, Rolante e região dos Aparados da Serra, nos arredores da encosta do sul de SC (veja figura 3), com acumulados previstos pelo modelo Cosmo. Destaque para tons de cinza escuro e a área do aviso meteorológico do INMET - figura 4. Áreas litorâneas, entre Mostardas (RS) e Tapes (RS), também podem ter acumulados significativos no decorrer desta segunda-feira (06/03).
Figura 3: Acumulado de chuva previsto em até 48h pelo modelo Cosmo: (a) das 00UTC do dia 06/03 (21h de domingo - 05/03) até as 00UTC do dia 08/03 (21h da próxima terça-feira - 07/03). A maior parte dos acumulados ocorrerão até a noite desta segunda-feira (06/03). Tons sombreados em cinza claro e escuro escuro indicam volumes superiores a 125 mm e 200 mm, respectivamente em 48 horas. (b) Campo de água precipitável (umidade disponível, tons azuis indicam alto valor de umidade) e a temperatura em linhas pretas em 1500 metros nesta segunda-feira às 15UTC (12h – horário de Brasília).
Figura 4: Avisos vigentes para esta segunda-feira (06/03), em destaque o aviso vermelho de grande perigo (acumulado de chuva em 24h acima de 100 mm, válido até as 23h59 desta segunda-feira, avisos disponíveis em https://alertas2.inmet.gov.br/).
À medida que a baixa pressão se desloca em direção continente, os ventos costeiros, sobretudo na faixa leste, também devem aumentar de velocidade (rajadas da ordem de 60 km/h) – figura 5 (a), sem risco de ventos extremos. A figura 5 (b) mostra o aporte de ar úmido marítimo em baixos níveis, que favorece a intensificação da chuva à medida que o ar sobe a serra.
Figura 5: Ventos e rajadas previstas para esta segunda-feira (06/03) às 15h (horário de Brasília) pelo modelo Cosmo 2,8 km (a) e as linhas de corrente (linhas pretas) e a umidade (tons de azul) no nível em torno dos 925hPa (b).
A figura 6 mostra o índice de chuva intensa, adaptado do modelo GFS, sendo que cores as amareladas/avermelhadas indicam chuva contínua e volumosa. É possível notar a propagação do amplo corredor de instabilidade que vem do mar em direção ao continente, nos horários das 12h, 15h, 18h e 21h – horário de Brasília - desta segunda-feira em (a), (b), (c) e (d), respectivamente.
Figura 6: As cores amareladas/avermelhadas indicam chuva contínua e volumosa. Horários das 12h, 15h, 18h e 21h – horário de Brasília - desta segunda-feira em (a), (b), (c) e (d), respectivamente.
O INMET é um órgão do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e representa o Brasil junto à Organização Meteorológica Mundial (OMM) desde 1950.
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