Julho: como será o clima no Brasil?

A previsão para o mês indica volume de chuva acima da média no Amapá, noroeste do Pará e nordeste de Roraima

Publicado em 29/06/2023 09h34 . Última modificação 07/07/2023 09h28 .

No mês de julho, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê volume de chuva acima da média no Amapá, noroeste do Pará e nordeste de Roraima (tons em azul no mapa da figura 1a), com possibilidade de volumes acima de 150 milímetros (mm). 

No restante da Região Norte e no Nordeste, a previsão indica volume próximo ou ligeiramente abaixo da média histórica (tons em cinza e amarelo no mapa da figura 1a), com valores inferiores a 60 mm no Matopiba (área de abrange o Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) e no sul da região amazônica, onde costuma ocorrer uma redução da chuva ou dias consecutivos sem nenhum volume.

Nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, haverá o predomínio de chuva próxima ou ligeiramente abaixo da média, mas não estão descartados registros mais localizados no litoral da Região Sudeste devido à passagem de frentes frias pelo oceano, o que pode causar instabilidades nestas áreas. 

Neste período, é comum a redução da chuva na parte central do País e, consequentemente, a diminuição da umidade relativa do ar e a elevação das temperaturas máximas no decorrer dos dias.

Para a Região Sul, são previstos volumes próximos ou acima da média, podendo superar 150 mm, em grande parte do Rio Grande do Sul, parte central de Santa Catarina e extremo sul do Paraná.

Agricultura 

O prognóstico climático do Inmet para julho de 2023 e seu possível impacto na safra de grãos 2022/23 para as diferentes regiões produtoras indica que, em áreas do Matopiba, a redução da chuva afetará os níveis de água no solo, o que pode ser favorável para a maturação e colheita dos cultivos de segunda safra, porém, persistirá a restrição hídrica aos cultivos que se encontram em fases reprodutivas, principalmente. em áreas do oeste da Bahia. Entretanto, em áreas do Sealba (região que engloba os estados de Sergipe, Alagoas e Bahia), os acumulados de chuva previstos poderão auxiliar na manutenção da umidade no solo e favorecer as lavouras de terceira safra, como o feijão e o milho.

Em grande parte do Brasil Central, a seca é responsável pela redução do armazenamento de água no solo, principalmente, em áreas do centro e norte de Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás. A condição de baixa umidade no solo poderá favorecer os cultivos de segunda safra que se encontram em maturação e colheita, assim como as safras de cana-de-açúcar e café, porém, causará restrição hídrica às lavouras que ainda se encontram em estágios reprodutivos ou sob deficiência hídrica. Já em áreas de Mato Grosso do Sul, a umidade no solo será suficiente para atender a demanda hídrica dos cultivos de segunda safra e de inverno.

Na Região Sul, a quantidade de água no solo pode continuar em níveis satisfatórios e beneficiar o desenvolvimento reprodutivo do milho segunda safra, além da semeadura e desenvolvimento dos cultivos de inverno. Porém, haverá uma certa atenção em áreas que estão sendo semeadas por conta do excesso de chuvas.

Temperatura

Ainda em julho, a previsão indica temperaturas acima da média em grande parte do País (tons em amarelo e laranja no mapa da figura 1b), principalmente em áreas do Pará, Maranhão, Piauí e Mato Grosso, onde os valores médios podem superar os 27ºC. 

Algumas localidades da Bahia e noroeste de Minas Gerais (tons em cinza no mapa da figura 1b), as temperaturas podem ficar entre 20°C e 23ºC. 

Vale ressaltar que podem ocorrer incursões de massas de ar frio, o que pode provocar queda acentuada da temperatura do ar, com valores médios inferiores a 12ºC em áreas de maior altitude do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Figura 1: Previsão de anomalias (diferença entre o valor previsto e a média histórica) de (a) chuva e (b) temperatura média do ar do modelo climático do Inmet para o mês de julho de 2023.


O INMET é um órgão do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e representa o Brasil junto à Organização Meteorológica Mundial (OMM) desde 1950.

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