Eventos extremos: outubro/2023 foi marcado por chuva acima da média nas regiões Sul e Sudeste e calor extremo
O mês também registrou baixos valores de umidade relativa do ar
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) publicou, nesta sexta-feira (3), um levantamento dos principais fenômenos meteorológicos que atuaram no Brasil em outubro de 2023.
O mês foi marcado por episódios de chuvas intensas que causaram alagamentos, deslizamentos e impactos no agronegócio. Destaca-se também as chuvas ocorridas nas regiões Sul e Sudeste, com volumes que ultrapassaram a média histórica.
Além disso, outubro também registrou calor extremo e baixos valores de umidade relativa do ar.
Chuva
Em outubro, os maiores acumulados de chuvas (tons em azul no mapa da figura 1) concentraram-se na Região Sul e leste da Região Sudeste, devido a formação de uma frente fria responsável pela ocorrência de chuvas volumosas especialmente no estado de Santa Catarina. Já na porção central do País foram observados baixos acumulados de chuvas.
Na Região Nordeste e em parte da Região Norte, houve pouca chuva e, em algumas localidades, não choveu. Tais condições foram intensificadas pela combinação dos efeitos do fenômeno El Niño e do Atlântico Tropical Norte mais quente que o normal. Saiba mais AQUI.
Figura 1: Mapa do acumulado de precipitação (chuva), em milímetros (mm), nos últimos 30 dias (áreas mais chuvosas em azul escuro e menos chuvosas em verde claro/amarelo).
A combinação do calor e alta umidade provocou acumulados de chuvas na Região Sudeste, como em Araxá (MG), com 98,4 mm e São Sebastião do Paraíso (MG), com 94,4 mm no dia 02. Logo em seguida, uma frente fria favoreceu a convergência de umidade na região, e a combinação com o tempo quente, potencializou as instabilidades nos municípios de Três Rios (RJ), com 122 mm, no dia 06; Duque de Caxias (RJ), com 107,2 mm, no dia 08 e Carmo(RJ), com 132 mm, no dia 27.
As chuvas na Região Sul ocorreram devido à combinação de sistemas meteorológicos como frentes frias e baixas pressões, juntamente com os efeitos do fenômeno El Niño. Foram observadas chuvas localmente expressivas nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Nas estações meteorológicas de Palmeira das Missões (RS) choveu 132,4 mm; Santo Augusto (RS) com 122,2 mm; São Joaquim (SC) com 143,8 mm e Urussanga (SC) com 137,2 mm, no dia 07. Já na localidade de Frederico Westphalen (RS) foi registrado um volume de 158,0 mm no dia 17. Entretanto, durante o final do mês, os maiores volumes de chuva em 24h ocorreram no Paraná, conforme foi observado em Laranjeiras do Sul (PR) com 204,4 mm; Dois Vizinhos (PR) com 190 mm e Inácio Martins (PR) com 140 mm no dia 29. O Inmet divulgou uma nota com antecipação sobre esse evento. Veja AQUI.
A figura 2 apresenta a imagem de satélite do dia 28/10/2023 às 22UTC (19h – hora de Brasília) que realça as chuvas mais expressivas nas Regiões Sul e Sudeste, devido a presença de um cavado (área alongada de baixa pressão) em altos níveis da atmosfera que favoreceu o aprofundamento de uma área de baixa pressão em superfície, provocando forte instabilidade. Ressalta-se que, áreas em vermelho indicam regiões mais favoráveis para ocorrência de chuvas intensas.
Figura 2: Imagem de satélite do dia 28/10/2023 (19h - horário de Brasília).
Confira a nota técnica completa AQUI!
O INMET é um órgão do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e representa o Brasil junto à Organização Meteorológica Mundial (OMM) desde 1950.
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