Eventos extremos: dezembro/2023 foi marcado por diversos episódios de chuva com impactos no agronegócio

O mês também foi marcado por bastante calor

Publicado em 10/01/2024 11h28 . Última modificação 10/01/2024 12h08 .

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) publicou, nesta quarta-feira (10), um levantamento dos principais fenômenos meteorológicos que atuaram no Brasil em dezembro de 2023.

O mês foi marcado por episódios de chuva que causaram alagamentos, deslizamentos e impactos no agronegócio. Destacam-se as chuvas ocorridas nos estados do Pará, Mato Grosso, Piauí e Rio Grande do Sul, visto que, os acumulados de chuva ultrapassaram a média histórica.

Ainda em dezembro, em áreas das Regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste foram observadas chuva abaixo da média, devido a combinação dos efeitos do fenômeno El Niño e do Atlântico Tropical mais quente que o normal. O mês também foi marcado por calor extremo.

Chuva

Em dezembro, os maiores acumulados de chuvas (tons em azul no mapa da figura 1) concentraram-se na faixa oeste do País, principalmente no noroeste e sul do Brasil devido à combinação do calor e a alta umidade. 

Na Região Sul, em especial, a formação de baixas pressões e de frentes frias foram as responsáveis pela ocorrência de chuvas volumas, especialmente nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Enquanto em parte do interior da região Nordeste, as chuvas ficaram abaixo da média.

Figura 1: Mapa do acumulado de precipitação (chuva), em milímetros (mm), nos últimos 30 dias (áreas mais chuvosas, em azul escuro, e menos chuvosas, em verde claro/amarelo).

Nas Regiões Norte e Nordeste, a combinação de Vórtices Ciclônicos de Altos Níveis(VCAN) e do calor e alta umidade, provocaram pancadas de chuvas em áreas do Pará, Acre e Bahia. Destaque para Tarauacá (AC) com 129,0 mm, no dia 7; Itaituba (PA) com 147 mm, no dia 18 e Ilhéus (BA) com 145,2 mm, no dia 20.

A formação de um canal de umidade combinado ao tempo quente e úmido, potencializou as instabilidades em áreas das Regiões Centro-Oeste e Sudeste, provocando acumulados de chuvas nos municípios de Padre Ricardo Remetter (MT) com 106,7 mm, no dia 22; São Sebastião do Paraíso (MG) com 129,2 mm, no dia 23 e Paracatu (MG) com 133,4 mm, no dia 24.

Por fim, a chuva ocorrida na Região Sulse deve à combinação de sistemas meteorológicos como frentes frias e baixas pressões, juntamente com os efeitos do fenômeno El Niño. No dia 4, Passo Fundo (RS) acumulou 91,2 mm e Santiago (RS) chegou a 96,8 mm, no dia 23. 

A figura 2a apresenta a imagem de satélite do dia 18, às 18h40 (hora de Brasília), que realça chuva em grande parte do País, mas em especial em Itaituba (PA), que acumulou 147 mm. Além disso, no dia 20, foi excepcionalmente chuvoso em áreas da Bahia e de Minas Gerais (figura2b). Ressalta-se que, áreas em vermelho indicam regiões mais favoráveis para ocorrência de chuvas intensas. 

Figura 2: Imagem de satélite dos dias: (a) 18/12/2023 às 21:40UTC (18h40min no horário de Brasília) e (b) 20/12/2023 08:30UTC (5h30 do horário de Brasília).

Confira a nota técnica completa AQUI!

O INMET é um órgão do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e representa o Brasil junto à Organização Meteorológica Mundial (OMM) desde 1950.


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