EVENTOS EXTREMOS DE JANEIRO DE 2022 NO BRASIL
Os destaques serão para episódios de chuvas intensas e onda de calor que causaram perda de vidas humanas, alagamentos, deslizamentos, perda econômica com fechamento de estradas e impactos no agronegócio.
Introdução
O objetivo desta nota é fazer um levantamento dos principais fenômenos meteorológicos que atuaram no Brasil em janeiro de 2022. Os destaques serão para episódios de chuvas intensas e onda de calor que causaram perda de vidas humanas, alagamentos, deslizamentos, perda econômica com fechamento de estradas e impactos no agronegócio.
Com relação às chuvas intensas, serão destacadas as ocorrências nos estados da Bahia, Minas Gerais, Goiás, Tocantins e em São Paulo.
As temperaturas elevadas que causaram significativa onda de calor na Região Sul e, especialmente, no Rio Grande do Sul também serão descritas nesse documento.
⦁ Precipitação
Os acumulados de chuva em janeiro de 2022 ultrapassaram a média do mês nos estados de Minas Gerais, São Paulo e parte dos estados da Bahia, Tocantins e Goiás. Fato diretamente relacionado com as chuvas intensas e volumosas ocorridas pela atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS). A ZCAS é um dos principais sistemas meteorológicos responsáveis pela reposição hídrica em parte do Brasil no período chuvoso e, tem como característica, a persistência de uma faixa de nuvens que fica, praticamente estacionada, provocando muita chuva sobre as mesmas áreas por, pelo menos, 4 dias consecutivos.
Neste mês foram 2 episódios de ZCAS: o primeiro entre os dias 06 e 12/01 e o segundo entre os dias 29/01 e 02/02.
Durante o primeiro episódio de ZCAS, o posicionamento da nebulosidade favoreceu aos elevados totais de chuva em áreas de Goiás, Tocantins, Bahia e em Minas Gerais. A Figura 1 apresenta a imagem de satélite do dia 10/01/2022 às 20h10 (horário de Brasília). Áreas em vermelho indicam regiões mais favoráveis para ocorrência de fortes chuvas. Observa-se muitas áreas de instabilidade sobre Minas Gerais, norte do Rio de Janeiro e no oeste de Goiás.
Já no segundo episódio, o posicionamento um pouco mais ao sul da ZCAS contribuiu para as excessivas chuvas no estado de São Paulo no final do mês de janeiro.
A Tabela 1 apresenta alguns dos destaques de totais de chuva, média e desvio de chuva para o mês de janeiro de 2022 para os estados de Tocantins, Goiás, Minas Gerais, Bahia e São Paulo. Observa-se que os maiores desvios/anomalias positivos de chuva (chuva acima da média climatológica de janeiro) foram registrados em Minas Gerais. Destaque para os desvios positivos de 476,8 mm e 470,9 mm registrados nas Estações Meteorológicas de Ibirité e Florestal, respectivamente.
Em São Paulo, as fortes chuvas no final do mês de janeiro ocasionaram óbitos, desalojados e desabrigados. Apenas na Estação Meteorológica de Barretos, o total de chuva 366,4 mm representa 140,4 mm acima da média que é de 226,0 mm. Já a capital paulista teve o janeiro mais chuvoso desde 2017 (Ver notícia do Inmet).
⦁ Temperatura
Além dos grandes acumulados de chuva ocorridos em parte do país, o mês de janeiro foi também marcado por altas temperaturas e intensos eventos de ondas de calor, principalmente na Região Sul, que será o foco nesse documento. Uma onda de calor é caracterizada por um período desconfortável e muito quente, de pelo menos cinco graus acima do normal, que pode durar vários dias ou várias semanas e podem causar impactos negativos à saúde, economia e agricultura.
Na Figura 2 é apresentado o mapa de anomalias (ou desvios) de temperatura máxima para o mês de janeiro. Observam-se anomalias positivas de temperatura máxima, ou seja, temperaturas maiores que a climatologia, chegando a valores acima de 5°C, no Rio Grande do Sul, sul do Mato Grosso do Sul e norte do Paraná. Já em São Paulo, Roraima, grande parte do Mato Grosso, porção leste de Pernambuco e Alagoas e extremo sul de Santa Catarina, as anomalias ficaram entre 2 e 4°C acima da média.
A mais intensa onda de calor nesse mês de janeiro ocorreu na Região Sul do Brasil entre os dias 12 e 26. Nesse período, alguns dias tiveram temperaturas superiores a 10°C com relação à média. É o caso dos dias 21 e 22/01 em Bagé, quando a temperatura máxima foi de 40°C, 11,3° acima da média de janeiro (29,7°C).
A Figura 3 apresenta os mapas de temperatura máxima do dia 20 de janeiro às 15h (horário de Brasília) e anomalia (ou desvio) com relação à média climatológica para o mesmo dia. A Figura 3a observa-se temperaturas acima de 38°C em grande parte do Rio Grande do Sul. Nas demais áreas da Região Sul, as temperaturas variaram entre 30°C e 36°C. Nesse dia, as temperaturas máximas ficaram, em média, 7°C acima da média no Rio Grande do Sul (Figura 3b).
Devido a onda de calor, as temperaturas máximas ultrapassaram os 40°C em diversos municípios. Em Uruguaiana, por exemplo, a temperatura de 42,1°C do dia 20/01 foi a maior para o local desde 1986, quando foi observada temperatura de 42,2°C (em 27/01/1986). As maiores temperaturas já observadas no estado do Rio Grande do Sul são apresentadas na Tabela 2.
Veja a Nota completa aqui.
Para maiores informações, acompanhe o portal oficial do INMET. A previsão de tempo e os avisos meteorológicos são divulgados diariamente em nosso aplicativo e redes sociais:
Instagram: @inmet.oficial
Twitter: @inmet_
Facebook: @INMETBR
Tiktok: @inmetoficial
Youtube: INMET
LinkedIn:/company/inmetbr