Eventos extremos: chuvas intensas marcam o mês de maio em parte do Norte, Nordeste e Sul do Brasil
As chuvas atingiram os estados do Amazonas, Pará, Sergipe, Bahia, Maranhão e Rio Grande do Sul
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) publicou, nesta segunda-feira (5), um levantamento dos principais fenômenos meteorológicos que atuaram no Brasil em maio de 2023. Os destaques foram os registros de alagamentos, deslizamentos e impactos no agronegócio provocados por chuvas intensas.
Destaque, também, para as chuvas intensas nos estados do Amazonas, Pará, Sergipe, Bahia, Maranhão e Rio Grande do Sul, com volumes que ultrapassaram a média histórica.
Além disso, o mês ainda foi marcado por eventos extremos de temperaturas e baixos valores de umidade relativa do ar.
Chuva
Em maio deste ano, os maiores volumes (azul escuro no mapa da figura 1) se concentraram na faixa norte do País devido à combinação do calor com a alta umidade, além da convergência de umidade, o que provocou chuvas expressivas no norte da Região Norte.
Já na Região Sul, fluxos de ar quente e úmido contribuíram para a ocorrência de acumulados significativos de chuva. Na faixa central do País, prevaleceu o tempo seco, com pouca ou nenhuma chuva em algumas localidades.
Figura 1: Mapa do acumulado de chuva (mm) em maio/2023. A cor azul escuro indica áreas mais chuvosas, enquanto a verde claro/amarelo, regiões com menos chuva.
Região Norte
A combinação do calor com a alta umidade, além da convergência de umidade, provocou grande volumes de chuva nos municípios de Urucará (AM), que registrou 129,2 milímetros (mm) no dia 2; Itaituba (PA), com 151,8 mm no dia 12, e Macapá (AP), com 106,6 mm no dia 23.
Região Nordeste
Entre os dias 19 e 24, as chuvas mais expressivas ocorreram na faixa leste da região, principalmente na divisa entre os estados de Alagoas e Sergipe. O cenário foi causado pela forte convergência de umidade em baixos níveis da atmosfera associada à Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS).
Destaque para Aracaju (SE), com 87,8 mm no dia 19 e 86,2 mm no dia 23, e Maceió (AL), com 82,2 mm no dia 22. Confira a notícia publicada pelo Inmet.
Região Sul
Áreas de instabilidade provocaram fortes pancadas de chuva no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Destaque para os volumes acumulados em Xanxerê (SC), com 116,6 mm, e Chapecó (SC), com 76,8 mm, ambos no dia 5.
No dia 6, o avanço de um sistema frontal (frente fria) atingiu o Rio Grande do Sul, provocando chuvas em Caçapava do Sul (RS), com 104,6 mm, Teutônia (RS), com 105,8 mm, e Encruzilhada do Sul (RS), com 99,4 mm. Veja a notícia publicada pelo Inmet.
A figura 2a, a seguir, mostra a imagem de satélite do dia 05/05/2023, às 12h30, com chuvas no Sul do País, especialmente no Rio Grande do Sul. Já a figura 2b destaca as chuvas na costa leste do Nordeste no dia 22/05/2023, às 12h20. A cor vermelha indica as regiões mais afetadas por chuvas intensas.
Figura 2: Imagem de satélite dos dias (a) 05/05/2023, às 12h30 (horário de Brasília), e (b) 22/05/2023, às 12h20 (horário de Brasília).
A tabela 1 apresenta os destaques de acumulados, médias e desvios de chuva em maio de 2023 para os estados de Sergipe, Bahia, Rio Grande do Sul, Amazonas, Maranhão e Pará. No que diz respeito ao acumulado de chuva no mês, o maior valor ocorreu em Sergipe, onde a estação meteorológica de Aracaju registrou 433,6 mm no total, com maior desvio de chuva positivo, ou seja, chuva acima da média histórica, que é de 206,7 mm.
A capital do estado do Pará foi a segunda cidade com maior volume de chuva. Ao todo, Belém registrou acumulado de 417,2 mm. Já o segundo maior desvio positivo de chuva no mês foi verificado no município de Lençóis, na Bahia, com desvio de 131,4 mm.
Tabela 1: Chuva total acumulada em maio de 2023 em Sergipe, Bahia, Rio Grande do Sul, Amazonas, Maranhão e Pará.
O Inmet fez, desde o ano 2000 até o momento, um levantamento dos acumulados de chuva do mês de maio nas estações meteorológicas do instituto para destacar o maio mais chuvoso (tabela 1). Vale destacar que, considerando os municípios analisados, 2023 foi o segundo ano mais chuvoso desde 2000.
Confira a nota técnica completa AQUI.
O INMET é um órgão do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e representa o Brasil junto à Organização Meteorológica Mundial (OMM) desde 1950.
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