Eventos Extremos: Chuvas intensas e calor marcam mês de fevereiro de 2024
Nos estados do Piauí, Ceará, Amazonas, Bahia, Minas Gerais, Maranhão e Tocantins, os acumulados de chuva ultrapassaram a média histórica
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) publicou, nesta quinta-feira (7), um levantamento dos principais fenômenos meteorológicos que atuaram no Brasil em fevereiro de 2024.
O mês foi marcado por episódios de chuvas que causaram alagamentos, deslizamentos e impactos no agronegócio. Destaque para as chuvas ocorridas nos estados do Piauí, Ceará, Amazonas, Bahia, Minas Gerais, Maranhão e Tocantins, que tiveram acumulados acima da média histórica.
Além disso, o mês também foi marcado por calor, típico do verão e influência do El Niño.
Chuva
Nos últimos 30 dias, os maiores acumulados de chuvas ocorreram principalmente no centro-norte do País, devido à combinação do calor e alta umidade que contribuíram para formação de nuvens de chuvas (figura 1). Além da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), que contribuiu com o aumento das instabilidades, provocando chuvas localmente fortes na faixa norte do Brasil.
Figura 1: Mapa do acumulado de precipitação (chuva), em milímetros (mm), nos últimos 30 dias (áreas mais chuvosas, em azul escuro, e menos chuvosas, em verde claro/amarelo).
Neste mês, a ZCIT esteve mais ativa e com atuação, inclusive, de banda dupla entre os dias 9 e 17. Ressalta-se que com o oceano Altântico mais aquecido, houve a proximidade do sistema na faixa norte do País, que provocou chuvas intensas.
Nas Regiões Norte e Nordeste, pancadas de chuvas localmente fortes foram observadas principalmente em áreas do Pará, Amapá, Piauí e Ceará. Destaque para Fortaleza (CE) que acumulou 134,6 mm no dia 11; São João do Piauí (PI) com 173,8 mm no dia 19 e, no dia 21, essa mesma localidade registrou 178,0 mm; Parnaíba (PI) que registrou 154,8 mm também no dia 21. Além disso, a combinação do calor e da alta umidade reforçado pela influência da ZCIT, provocou acumulados de chuvas em Oiapoque (AP), que acumulou 163,2 mm no dia 23 e Sobral (CE) que registrou 110,2 mm.
A combinação do calor e da alta umidade foram os responsáveis por potencializar as instabilidades nas Regiões Centro-Oeste e Sudeste, como nos municípios de Carlinda (MT), que registrou 101,4 mm no dia 1º; Comodoro (MT), com 125,0 mm no dia 11 e Três Lagoas (MS), com 126,6 mm no dia 15. Logo em seguida, o avanço de um ciclone em alto mar influenciou com chuvas em Seropédica (RJ) com 108,4 mm no dia 16.
Por fim, a combinação de baixas pressões, calor e a alta umidade provocaram chuvas na Região Sul, juntamente com os efeitos do fenômeno El Niño, que está atualmente perdendo força. Destaque para São Gabriel (RS), que acumulou 101,0 mm no dia 12. Já no dia 18, a atuação de um ciclone no oceano influenciou as chuvas no Rio Grande do Sul, como em Canela, que registrou 129,2 mm no dia 18. Na ocasião, uma nota à impressa foi divulgada sobre a atuação do ciclone subtropical em alto-mar pela Marinha do Brasil, em colaboração com o INMET e outros centros. A notícia completa pode ser acessada pelo link: https://portal.inmet.gov.br/uploads/notastecnicas/Nota_Imprensa_CHM_16FEV_nota-especial.pdf#page=1&zoom=auto,-100,842.
A figura 2a apresenta a imagem de satélite do dia 17, às 17h40min (hora de Brasília) realçando as chuvas volumosas na parte central do Brasil, mas em especial no leste da Região Sudeste, devido a influência de uma Tempestade Subtropical em alto mar, que contribuiu com o fortalecimento de instabilidades na região. Além disso, no dia 21, ocorreram chuvas localmente fortes em São João do Piauí (PI), que em 6 horas totalizou 116,8 mm, devido a influência da ZCIT, bem como do calor e alta umidade – típico de verão (figura 2b). Ressalta-se que áreas em vermelho indicam regiões mais favoráveis para ocorrência de chuvas intensas.
Figura 2: Imagem de satélite dos dias: (a) 17/02/2024 às 20:40 UTC (17h40min no horário de Brasília) e (b) 21/02/2024 7UTC (4h do horário de Brasília).
Confira a nota técnica completa AQUI!
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