Em Cuba, OMM lança relatório sobre a situação do clima na América Latina e no Caribe em 2022

Diretora substituta do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Lizane Ferreira, participou do evento. Dados do Inmet contribuíram para a produção do relatório

Publicado em 06/07/2023 16h25 . Última modificação 07/07/2023 09h27 .

A Organização Meteorológica Mundial (OMM) lançou, nesta quarta-feira (5), o relatório da “Situação do Clima na América Latina e no Caribe em 2022” durante a 17ª reunião da Conferência de Diretores dos Serviços Meteorológicos e Hidrológicos de Países Ibero-Americanos (CIMHET) em Havana, Cuba. A diretora substituta do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Lizane Ferreira, participou do evento.

Diretora substituta do Inmet, Lizane Ferreira, participa de lançamento do relatório da OMM em Havana, Cuba.

Com apoio do Inmet, a produção do relatório abordou detalhes dos impactos climáticos extremos e das mudanças climáticas na América Latina e no Caribe ano passado. De acordo com o documento, diante da tendência de aquecimento a longo prazo e do aumento do nível do mar, os impactos climáticos extremos se tornam cada vez mais perceptíveis na região.

Nos últimos 30 anos, as temperaturas aumentaram, em média, 0,2°C por década, maior taxa já registrada, segundo o documento, confirmando um ciclo vicioso de impactos crescentes em países e comunidades locais.

“Chuvas fortes e inundações, ciclones tropicais e secas severas de vários anos resultaram em perda de vidas e bilhões em danos econômicos ao longo de 2022. O aumento crescente do nível do mar e o aquecimento dos oceanos representam riscos crescentes para os meios de subsistência, ecossistemas e economias costeiras”, afirmou o secretário-geral da OMM, professor Petteri Taalas.

Diante do cenário, o secretário alertou para a importância da iniciativa “Alerta Antecipado para Todos”, lançada em março de 2022 pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres. A iniciativa busca garantir que todos os países tenham um sistema de alertas antecipados em cinco anos. “Muitos dos eventos extremos foram influenciados pelo fenômeno La Niña de longa duração, mas não há como negar a influência da mudança climática provocada pelo homem. O recém-chegado El Niño vai aumentar o calor e trazer um clima mais extremo. Os alertas antecipados serão vitais para proteger vidas e meios de subsistência”, completou Taalas.

Diariamente, o Inmet já emite avisos meteorológicos antecipados para todo o território brasileiro como forma de garantir a segurança da população e evitar ou minimizar os efeitos dos desastres naturais.

Impactos

Entre os principais impactos, o relatório destaca a seca prolongada em grande parte da América do Sul, o que provocou queda da produção hidrelétrica e aumento da demanda por combustíveis fósseis em uma região com grande potencial inexplorado de energia renovável.

Lançamento do relatório da OMM durante a 17ª reunião da Conferência de Diretores dos Serviços Meteorológicos e Hidrológicos de Países Ibero-Americanos (CIMHET).

O documento também ressalta a combinação do calor extremo com solos secos, o que resultou em recordes de incêndios florestais no auge do verão de 2022, fazendo com que as emissões de dióxido de carbono atingissem os níveis mais altos em 20 anos e com temperaturas ainda mais altas.

O derretimento das geleiras também piorou, ameaçando os ecossistemas e a segurança futura da água. De acordo com o relatório, no verão do ano passado, houve uma perda quase total de neve nas geleiras andinas centrais. As geleiras estão sujas e escuras e, consequentemente, absorvendo mais radiação solar, o que acelerou o derretimento.

“Os setores prioritários para a adaptação e mitigação da mudança climática na região são os da agricultura, segurança alimentar e energia. Não pode acaso, o relatório aborda estes temas, destacando os impactos das secas persistentes na região sobre a produção agrícola e o potencial inexplorado de energia renovável, especialmente, recursos solares e eólicos”, completou o professor Taalas.

A América Latina e o Caribe têm uma alta participação em fontes renováveis ​​modernas no consumo total de energia final, principalmente, devido à energia hidrelétrica. No entanto, também há potencial para explorar os recursos solar e eólico da região, que representaram apenas 16% da geração renovável total em 2020.

A região da América Latina e do Caribe desempenha um papel vital na produção de alimentos e serviços ecossistêmicos que beneficiam não apenas a região em si, mas todo o planeta. Também é altamente vulnerável aos riscos climáticos porque cerca de ¾ da população vive em assentamentos urbanos informais e aproximadamente 8% da população é subnutrida.

De acordo com relatório, nos últimos 30 anos, as temperaturas aumentaram, em média, 0,2°C por década, maior taxa já registrada.

O INMET é um órgão do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e representa o Brasil junto à Organização Meteorológica Mundial (OMM) desde 1950.


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