Atual gestão do Inmet completa dois anos de muito trabalho e avanços importantes

Em relatório detalhado, o instituto reuniu todas a ações e melhorias conquistadas neste período

Publicado em 15/12/2022 14h57 . Última modificação 16/12/2022 13h21 .

A atual gestão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) completa, nesta sexta-feira (16), dois anos dedicados ao fortalecimento e ampliação da previsão do tempo e clima no Brasil. Vinculado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o órgão teve, até então, uma administração fundamentada em quatro principais eixos: integração, financeirização, comunicação e governança. O instituto reuniu em um único relatório todas as ações e melhorias conquistadas neste período. Confira aqui.

“O relatório reúne todos os avanços do Inmet em dois anos, é uma prestação de contas de tudo o que foi feito nesta gestão até o momento. Acho importante que todo servidor tenha essa transparência com o cidadão brasileiro”, explica o diretor do órgão, Miguel Ivan Lacerda.

Entre os destaques do relatório está a integração do instituto com outros órgãos por meio de parcerias importantes, como a firmada com o Google e a Apple. Com o uso do sistema Alert-AS, a partir da mensagem CAP (Common Alerting Protocol) da Organização Meteorológica Mundial (OMM), em abril de 2016, o Inmet facilitou o acesso às informações meteorológicas em plataformas digitais. Dessa forma, os avisos meteorológicos passaram a ser publicados em plataformas do Google e Apple, gerando maior visibilidade para o trabalho desenvolvido pelo órgão. O CAP é um padrão internacional para publicação e compartilhamento de avisos.

Uma parceria com o Grupo Globo também permitiu a divulgação diária de informações do Inmet nos principais telejornais da TV Globo.

Financeirização e comunicação

A importância das informações divulgadas pelo Inmet ultrapassa a necessidade básica de previsão do tempo e clima. A financeirização dos dados meteorológicos também passou a ajudar produtores rurais por meio de um seguro paramétrico e análise de riscos climáticos. Diante do avanço nas mudanças climáticas e seus impactos, o instituto criou o “SIM-INMET”, que permite a seguradora, o cliente e o corretor acordarem um parâmetro para liberar a cobertura da apólice do seguro.

O parâmetro está associado a variáveis climáticas, como excesso ou falta de chuva e vento ou variações de temperatura. O contrato do seguro define o período em que o parâmetro precisa ser atingido, a localização de cobertura e as informações climáticas do instituto. Se, durante o período de vigência da apólice, o parâmetro for atingido, a indenização é feita conforme o contratado. O seguro de índice paramétrico é diferente do convencional por não haver necessidade de dano físico causado por um evento climático na propriedade rural para que o segurado tenha direito ao pagamento. O segurado também poderá ser ressarcido caso não tenham sido alcançados os índices meteorológicos estabelecidos no contrato.

Entre os principais eixos da atual gestão, a comunicação do Inmet também apresentou grandes avanços em dois anos. O site oficial do instituto ganhou uma versão mais atualizada e passou de cerca de 30 a 60 mil acessos diários para aproximadamente 970 mil. Em outubro de 2020, o aplicativo do Inmet para Android e IOS também foi lançado. Atualmente, já são mais de 50 mil downloads no PlayStore. O aplicativo permite ao usuário ter acesso de maneira rápida e intuitiva a todos os sistemas do instituto em uma única plataforma, além de receber notificações com a previsão de tempo e avisos meteorológicos.

Em fevereiro de 2022, o Inmet também ocupou as principais redes sociais, com criação de perfis oficiais no Twitter, Instagram, Facebook, LinkedIn, TikTok e YouTube. A novidade permitiu ao instituto alcançar notoriedade e interação direta com o público, o que provocou um crescimento significativo de seguidores.

“Quando assumi o Inmet, a situação financeira não era boa. O instituto ainda enfrenta problemas orçamentários, o que é um grande dilema da administração pública. Ainda assim, conseguimos construir soluções inovadoras. Um exemplo disso foi a reestruturação da comunicação do órgão, que era praticamente inexistente. Não tínhamos uma conexão direta com o público final. A revitalização do setor foi apenas uma das grandes mudanças feitas em um curto período de tempo e com uma situação financeira complicada, sem contar a falta de concurso público, gestão de pessoal e, para piorar, a chegada de uma pandemia, que sucateou a base de estruturas de coleta de dados do Inmet. Portanto, se a meteorologia chega na casa dos brasileiros de uma forma mais direta e com melhor qualidade atualmente, acredito que seja fruto de um grande esforço em conjunto”, ressalta Miguel, acrescentando que, após dez anos de espera, o Inmet conseguiu formalizar o pedido de realização de um concurso público.

Rede Nacional de Meteorologia (RNM)

A sobreposição das funções desenvolvidas pelo Inmet e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) é um problema de décadas. Como solução, o Inmet promoveu a proposta de criação da Rede Nacional de Meteorologia (RNM). Composta pelos dois institutos e, também, pelo Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), a RNM terá como foco principal a integração e otimização das atividades operacionais e técnicas das três instituições.

A rede representa o início de um processo de reorganização do setor, sem qualquer despesa extra para a União, a fim de proporcionar melhor estruturação das ações e a atuação harmônica dos órgãos. A medida busca, também, a otimização de recursos públicos.

A partir da assinatura de uma carta de intenções, a RNM entrou em funcionamento experimental em maio de 2021, com reuniões técnicas de trabalho para definir a atuação de cada instituição. Principal órgão gerador de dados meteorológicos no País, o Inmet seguirá com a tarefa de coordenar e manter a infraestrutura de observação meteorológica e as atividades de meteorologia e climatologia, enquanto o Inpe será responsável por pesquisas e desenvolvimento de modelagem numérica e processamento de dados. Já a atuação do Censipam será voltada para a proteção da região amazônica.

Governança

Em dois anos, quase 100% das estações meteorológicas do Inmet em pane foram recuperadas para fortalecer a previsão do tempo. Atualmente, o instituto conta com cerca de dez mil estações automáticas e convencionais próprias, de parceiros e, também, de convênios, espalhadas por todo o território nacional, o que representa um importante crescimento no registro e na disseminação de dados meteorológicos, além de impactar positivamente em todos os setores da economia, especialmente na agropecuária. Os dados também são usados na produção de modelos numéricos de última geração e alta resolução, processados em supercomputadores, que ajudam na previsão do tempo.

“As parcerias permitiram que o Inmet ampliasse o número de estações de maneira significativa e com um investimento muito menor”, destaca o diretor, ressaltando, também, o aumento da precisão nas informações divulgadas pelo órgão, resultado de uma grande evolução tecnológica, com processadores cada vez mais rápidos, o que proporcionou uma melhora significativa na resolução dos modelos matemáticos de previsão do tempo. “Dados sobre chuva, temperatura, umidade relativa do ar, direção e velocidade do vento, pressão atmosférica, entre outros, ganharam mais qualidade. Além disso, em 2022, passamos a fazer o levantamento de eventos extremos ocorridos em todo o território nacional”, acrescenta.

Outro avanço foi a criação do grupo de Relações Institucionais, que lidera iniciativas de parcerias e interlocução com agentes públicos e privados com o objetivo de negociar acordos para reduzir custos operacionais do Inmet com apoio local nas estações meteorológicas, além de prospectar fontes de captação de recursos para reforçar o orçamento defasado do instituto.

A preocupação com a gestão e contratos internos do órgão também se manteve presente na gestão atual. Inclusive, para garantir a transparência das ações do instituto, a direção optou pela centralização das compras. “Comandar o Inmet nos últimos dois anos foi uma satisfação enorme. Mais do que isso, foi uma grande missão. Depois de um período de muito trabalho, ver que a nossa gestão ajudou muitas pessoas é a maior recompensa. Sou um servidor de carreira e, ao ocupar o cargo de liderança no instituto, me preocupei em servir à população com um serviço de qualidade e transparente”, conclui Miguel.

Normais Climatológicas

Em 2022, o Inmet também atualizou os cálculos das Normais Climatológicas (1991-2020) dos últimos 30 anos a fim de identificar possíveis mudanças no padrão das variáveis meteorológicas no Brasil. As Normais Climatológicas são valores médios de variáveis meteorológicas (chuva, temperatura, umidade, vento e pressão atmosférica), calculados para um período longo de, no mínimo, 30 anos consecutivos e usados como referência para a definição do clima em uma determinada região.

A publicação das Normais Climatológicas 1991-2020 foi lançada em março deste ano e os resultados sugerem a tendência mundial de aumento de temperatura ao longo das últimas décadas. Também foram apresentados gráficos com indicativo de crescimento de eventos extremos com chuvas intensas em algumas cidades brasileiras a partir de 1990.

Confira o Relatório de Gestão INMET 2020-2022 completo AQUI


O INMET é um órgão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e representa o Brasil junto à Organização Meteorológica Mundial (OMM) desde 1950.

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