Será realmente o fim da La Niña?
A tendência é de condições neutras no Oceano Pacífico nos próximos meses
As temperaturas da superfície do mar (TSM) abaixo da média no Oceano Pacífico Equatorial começaram a perder força entre janeiro e o início de fevereiro de 2023, mesmo com a permanência de um evento da La Niña de fraca intensidade e sua influência.
Ao todo, foram três primaveras consecutivas sob influência da La Niña. O evento atual atingiu a categoria de nível moderado em alguns meses de 2021, mas, desde setembro desse ano, permanece como um evento de fraca intensidade. Em dezembro de 2022 e janeiro de 2023, os valores de anomalia (diferença entre o valor observado e a média) da TSM foram de -0,8°C e -0,7°C, respectivamente, permanecendo na categoria de intensidade fraca. No início de fevereiro de 2023, os valores de anomalia ficaram em torno de -0,5°C, o que mostra o enfraquecimento progressivo do evento nesse início de ano.
Segundo alguns modelos de previsão de TSM, há grande probabilidade, em torno de 85%, de que o Pacífico Equatorial entre em uma fase de neutralidade no trimestre fevereiro-março-abril (barra cinza na Figura 1). No trimestre março-abril-maio, a probabilidade de neutralidade chega a 94%. A Figura 1 apresenta a previsão de ENSO (El Niño-Oscilação Sul) e se refere às probabilidades nas quais o oceano Pacífico Equatorial está mais quente (El Niño), mais frio (La Niña) ou em torno da média histórica (neutro).
Figura 1: Previsão de probabilidade de ENSO para os próximos trimestres. Fonte: CPC/NOAA.
Volta do fenômeno El Niño?
Conforme mencionado acima, as previsões mais recentes dos modelos de TSM indicam uma transição da La Niña para uma condição de neutralidade nos próximos meses. A condição de neutralidade no Oceano Pacífico Equatorial deve permanecer durante o outono e início do inverno.
As previsões a mais longo prazo indicam um aumento nas chances de configuração de um evento de El Niño entre o final do inverno e início da primavera de 2023. No momento, as previsões indicam probabilidade de configuração de El Niño de 60% no trimestre agosto-setembro-outubro e 62% no trimestre setembro-outubro-novembro.
Porém, é muito importante ressaltar que, quanto mais distante o alcance das previsões, maiores são as incertezas. Por isso, é importante acompanhar as atualizações mensais sobre o La Niña, El Niño e previsão climática, divulgadas no Boletim Agroclimatológico, publicado pelo Inmet AQUI.
La Niña e El Niño
O La Niña é um fenômeno oceânico caracterizado pelo resfriamento das águas superficiais de partes central e leste do Pacífico Equatorial e de mudanças na circulação atmosférica tropical, impactando os regimes de temperatura e chuva em várias partes do globo, incluindo a América do Sul. Já no El Niño, ocorre o aquecimento das águas superficiais em áreas do Oceano Pacífico Equatorial.
Mais informações dos fenômenos La Niña e El Niño e impactos no Brasil estão disponíveis AQUI.
O INMET é um órgão do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e representa o Brasil junto à Organização Meteorológica Mundial (OMM) desde 1950.
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